O romeno Valentin Boanta, sentado em sua cela (foto abaixo), explica orgulhosamente o dispositivo que inventou e que, segundo ele, pode tornar os caixas eletrônicos do mundo à prova até mesmo de criminosos especializados em tecnologia como ele.
Boanta, de 33 anos, cumpriu seis meses de uma sentença de cinco anos pelo fornecimento de aparelhos a uma quadrilha de crime organizado usados para esconder dispositivos que podem copiar os dados do cartão de um usuário de caixa eletrônico.
Ele disse que tinha começado a fabricar os dispositivos por pura empolgação e nega ter planejado usá-los em benefício próprio, dizendo que só os vendeu aos outros.
Boanta diz que a prisão em 2009 o fez perceber o impacto negativo de suas ações, e sentiu um desejo de fazer as pazes. O episódio também trouxe ao ex-estudante de design industrial um lampejo de inspiração técnica.
"Quando fui pego eu fiquei feliz. Esta libertação abriu o caminho para trabalhar para o lado bom", disse Boanta.
Boanta em seu "laboratório" na prisão de Vaslui (Romênia). |
Foi durante seu julgamento que ele começou a trabalhar. O cenário para os produtos de Boanta nos dias de hoje é a cela cheia de livros no nordeste da cidade romena Vaslui, que ele compartilha com cinco batedores de carteira e ladrões.
"Os caixas eletrônicos têm projetos antigos, assim eles são propensos a vulnerabilidade, são um ponto muito fraco do setor bancário", disse. "Qualquer caixa eletrônico pode ser invadido por um esquema criminoso. Minha solução de segurança, o SRS, torna um caixa eletrônico inviolável."
Boanta diz que seu "Secure Revolving System - SRS" (foto abaixo) pode ser instalado em qualquer caixa eletrônico. Ele permite que o cartão do banco seja inserido primeiro pelo lado mais longo e, em seguida, gira o cartão para impedir que criminosos sejam capazes de acessar a faixa magnética. O sistema devolve o cartão ao seu utilizador com uma rotação em sentido inverso.
A Romênia, localizada no Leste Europeu, é uma fonte de conhecimento técnico especializado devido a políticas do ditador comunista Nicolae Ceauşescu, que apoiou a pesquisa na informática e o ensino técnico.
A pirataria digital floresceu no país depois de derrubada violenta de Ceauşescu em 1989. No ano passado, hackers romenos roubaram cerca de 1 bilhão de dólares de contas norte-americanas, de acordo com a embaixada dos Estados Unidos em Bucareste.
Referência: Reuters.
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