30 de março de 2013

Lentidão na Internet Mundial

A Internet no mundo inteiro esteve mais lenta nesta semana, principalmente na quarta-feira (27), por conta do que especialistas estão considerando "o maior ciberataque mundial da história".


Um grupo anti-spamming e uma empresa de hospedagem entraram em uma verdadeira ciberguerra que afetou toda a rede e serviços populares. Segundo a BBC, a maior preocupação de especialistas, no entanto, é com sistemas bancários e de e-mails - que também podem ser afetados por essa guerra virtual.

O início de tudo foi um bloqueio feito pelo Spamhaus - grupo anti-spamming com sede em Londres e Genebra. Ele atua como um bloqueador que ajuda provedores de e-mail a barrar mensagens indesejadas (spams). Mas, para realizar seu trabalho, o Spamhaus mantém uma "lista de bloqueio" com servidores utilizados para fins maliciosos.

Nessa lista consta a Cyberbunker (ao lado, foto da sua sede em algum lugar da Holanda), empresa de hospedagem holandesa que afirma hospedar qualquer tipo de conteúdo, contanto que não relacionado à pornografia infantil ou terrorismo.

Não contente em entrar para essa lista, a Cyberbunker atacou os servidores do grupo anti-spamming com um ataque distribuído de negação de serviço (DDoS). Esse tipo de golpe consiste no envio de uma enorme - e contínua - quantidade de tráfego para o alvo, a fim de derrubá-lo.

No caso, os servidores do Sistema de Nome de Domínio (DNS) do Spamhaus foram o alvo. Essa infraestrutura é responsável por traduzir endereços numéricos no protocolo da internet (Internet Protocol, ou IP) para domínios como o da BBC (bbc.co.uk).

Sven Olaf Kamphuis, porta-voz da empresa de hospedagem, disse por mensagem que o Spamhaus estava abusando do seu poder de bloqueio e que o grupo não poderia "decidir o que entra ou não na Internet". No entanto, ao ser procurada pela BBC para discutir o assunto, a Cyberbunker não respondeu.

Por sua vez, o Spamhaus supostamente alegou que a Cyberbunker, com a ajuda de "organizações criminosas" da Europa Ocidental e Rússia, estaria por trás do golpe.

O chefe-executivo do grupo, Steve Linford, disse que o ataque foi sem precedentes. "Nós estivemos sob este ataque cibernético por mais de uma semana", disse Linford à BBC. "Mas estamos de pé - eles não conseguiram nos derrubar. Nossos engenheiros estão fazendo um imenso trabalho para nos manter firmes - esse tipo de ataque teria derrubado praticamente qualquer coisa."

Ainda segundo Linford, "a Spamhaus tem mais de 80 servidores espalhados pelo mundo. Nós construímos o maior servidor DNS."

Nessa afirmação, o "qualquer coisa" incluiria, inclusive, a infraestrutura de Internet do governo. "Estes ataques estão atingindo um máximo de 300 GB/s", disse Linford à BBC. "Normalmente, quando há ataques contra grandes bancos, estamos falando de cerca de 50 GB/s."

O ciberataque está sendo investigado por cinco forças policiais, segundo Linford. Ele afirmou, ainda, que não poderia dar mais detalhes que isso, para proteção das agências - que poderiam ter suas infraestruturas atacadas também.

O ataque foi em escala mundial. Segundo o especialista em segurança cibernética da Universidade de Surrey, no Reino Unido, o ataque prejudicou toda a rede mundial. A empresa de proteção contra ataques DDoS, Arbor Networks, também afirmou ao jornal que esse foi o maior ataque que já presenciaram.

"O maior ataque DDoS que testemunhamos antes deste foi em 2010, que foi de 100 Gb/s. Obviamente o salto de 100 para 300 é muito grande", disse o diretor de pesquisa de segurança da empresa, Dan Holden, à BBC, acrescentando que há a possibilidade de outros serviços sofrerem com o golpe.

O Spamhaus afirmou ser capaz de lidar com o ataque, já que ele possui uma infraestrutura distribuída por diversos países. Muitas grandes empresas da Internet, como o Google, dependem de seus serviços para filtragem de material indesejado.

Referência: IDGNow.

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